Vice-líder do Governo na Câmara Federal e candidato ao Senado, o deputado federal José Medeiros (Podemos) criticou a forma como os postulantes de direita têm se comportado na campanha suplementar.
Medeiros afirmou ter sido escolhido como “saco de pancada” dos concorrentes, que, para ele, deveriam estar no mesmo time.
“A divisão não é tão perniciosa quanto os ataques. Eu tenho dito: ‘Estou com uma candidatura, mas se você não quiser votar em mim, peço que vote em um candidato da direita’. Mas o que estou vendo é o contrário. Estou apanhando como se eu fosse o inimigo”, reclamou ele.
Medeiros afirmou que os demais candidatos ao cargo saem ganhando enquanto os postulantes de direita tentam “destruir uns aos outros”.
O candidato disse que tem pregado a união entre eles, pelo menos de propósitos, para evitar que um opositor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seja eleito.
“Eu tenho orientado os candidatos, mas talvez seja a inexperiência de alguns, que acham que o inimigo está do lado de cá. O adversário está do lado de lá. São alguns que se entrarem lá, vão colocar a faca no pescoço do presidente. Outros vão cortar mesmo o pescoço, como o Valdir Barranco”, disparou, citando o candidato do PT.
“Mas acabei sofrendo uma ojeriza, principalmente de alguns candidatos que dizem pela frente que não atacam ninguém, mas que tem assessores que me moem em todos os grupos”, criticou.
O candidato do Podemos ainda negou que irá “entrar no jogo” dos colegas e cobra que aqueles que tanto buscaram o apoio de Bolsonaro, mostrem na prática que o apóiam.
Ele afirmou que é de conhecimento público o papel que tem desempenhado para defender o líder do país na Câmara Federal.
“As pessoas que visam apoiar o presidente Jair Bolsonaro têm que mostrar isso na prática. Não pode ser só da boca para fora. Porque de Alexandre Frota, Major Olímpio e Gleisi Hoffman o Congresso já está cheio”, disse.
Presidente neutro
Medeiros afirmou, ainda, que teve o apoio de Bolsonaro à sua candidatura barrado pelos demais partidos que compõem a base do presidente, o que prejudicou a sua campanha.
“Lógico que eu acabo sendo prejudicado, porque se o presidente entrasse de cabeça, não tivesse esses partidos pressionando, essa eleição estava consolidada”, afirmou, ressaltando que mesmo assim, tem sido ajudado por Bolsonaro, que teria gravado vídeos a seu favor.
Segundo o deputado, ao descobrirem que ele iria se lançar à corrida pela vaga no Senado, partidos como PSB e PSDB, que têm como respectivos candidatos o atual senador interino Carlos Fávaro e o ex-deputado Nilson Leitão, “pularam na garganta” do presidente.
“Todos pediam para ele não me apoiar, em um desespero louco, porque eu ganharia a eleição e eles também tinham candidatos e apóiam o presidente. E todo mundo ao mesmo tempo tentava puxar a brasa para a sua sardinha”, afirmou.
De acordo com o deputado, o presidente, então, se viu “preso em uma fogueira”.
“O presidente, com o maior carinho, logicamente queria me apoiar por conta do embate que eu sempre fiz e ele precisa de alguém com esse perfil lá. Mas não tem como brigar com metade do Congresso. Então, ele foi praticamente obrigado a colocar um candidato para poder ficar neutro”, explicou.
Autor: Midianews