Cinco estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), atualmente intercambistas na Colômbia, estão fazendo campanha virtual para conseguir voltar para o Brasil. Eles estão presos no país estrangeiro desde o fechamento da fronteira, em 17 de março, devido à pandemia da Covid-19.

Além dos estudantes matogrossenses, cerca de 60 brasileiros estão na mesma situação aguardando um voo de repatriação para poderem voltar para suas casas.

Os alunos foram para a Colômbia no final de janeiro para iniciar o intercâmbio nas universidades em Bogotá, Tunja e Cúcuta e deveriam voltar para o Brasil na primeira quinzena de junho, quando acaba o semestre das instituições. No entanto, devido ao aumento de casos da Covid-19 em todo mundo, as fronteiras do País foram fechadas e os voos comerciais foram cancelados.

A estudante Beatriz Rodrigues Folha, que cursa Saúde Coletiva na UFMT, conta que tinha um voo marcado para final de maio que foi cancelado, já que o presidente do país prorrogou a data de reabertura da fronteira para final do mês de agosto.

“A princípio, quando ficamos sabendo que começaria a quarentena, ficamos tranquilos, porque pensamos que seria algo passageiro. Contudo, com o aumento do prazo de continuidade do isolamento social, começamos a ficar cada vez mais aflitos”, explica.

Não só Beatriz, mas todos os estudantes que tentaram voltar para o Brasil em voos comerciais no final de maio e início de junho tiveram suas passagens canceladas.

Outra preocupação dos estudantes era que após o fim do semestre nas universidades colombianas eles não receberão mais o auxílio moradia e alimentação para conseguir se manter no país estrangeiro, tornando ainda mais urgente sua volta ao Brasil.

À época, ao serem questionadas pelos intercambistas, as instituições se posicionaram afirmando que não poderiam financiar a estadia dos alunos até a data de reabertura da fronteira.

No entanto, após um apelo à Secretaria de Relações Internacionais da UFMT, os responsáveis comunicaram aos estudantes que manteriam o auxílio para aqueles que continuassem no país estrangeiro depois do final do semestre nas universidades colombianas.

Para ajudar na divulgação da causa, as estudantes Pollyana Rodrigues e Isabelle Fanaia, ambas cursando Comunicação Social, resolveram se unir com outros brasileiros que também desejam sair da Colômbia para iniciar uma campanha virtual com objetivo de chamar a atenção do Itamaraty, para conseguirem o voo de repatriação.

Além disso, os jovens também escreveram uma carta ao consulado em Bogotá, listando todos os motivos que justificam a urgência da solicitação para o retorno. 

“Conseguimos entrar em contato com alguns políticos que se sensibilizaram com a causa e nos ajudaram enviando ofícios para o Itamaraty solicitando a nossa repatriação”, explica Isabelle.

Com a intensa movimentação dos brasileiros, a embaixada se pronunciou e arranjou um voo de repatriação para próxima quinta-feira (4), saindo de Bogotá com destino ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Apesar da boa notícia, cinco dos sete estudantes da UFMT que estão na Colômbia não conseguirão voltar para Brasil.

Isso porque a empresa Avianca realizará voo e apenas os brasileiros que já tenham bilhetes internacionais da Avianca para o período de março a outubro de 2020 terão suas passagens remarcadas sem nenhum custo, já os outros estudantes que não tiverem o bilhete da empresa ainda precisarão pagar 468 dólares, que equivale a R$ 2496,73 com o preço atual do dólar.

Isabelle relata que os estudantes mato-grossenses que foram para o intercâmbio só conseguiram bancar a viagem porque receberam auxílio moradia e alimentação. Agora, com o preço abusivo do voo de repatriação, a maioria dos estudantes não tem condição de pagar as passagens.

Ela afirma que não há tempo ábil para juntar o dinheiro necessário, já que até este domingo (31), os brasileiros precisam confirmar sua inscrição de embarque à embaixada brasileira em Bogotá. Por isso, para os cinco estudantes mato-grossenses, o futuro ainda é de incerteza.

Segundo Pollyana, alguns dos alunos presos na Colômbia tiveram parentes que morreram pela Covid-19, tornando a situação mais angustiante e preocupante para os familiares que estão no Brasil.

“Passar pelo processo do intercâmbio, chegar aqui para lidar com uma pandemia é bem frustrante, mas é algo que não está no nosso controle. Então, a melhor maneira de lidar com isso é lutar para voltar pra casa, sã e salva. Nós precisamos voltar para nossas famílias e ficar perto de quem a gente ama neste momento”, afirma.

Fonte: Midianews

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