A valorização do boi gordo nos últimos meses tem estreitado a diferença entre o preço da arroba do bezerro e a do próprio boi gordo. O indicador (ágio) é importante para os recriadores avaliarem a rentabilidade do negócio. Em agosto, o valor pago pela arroba do boi gordo (considerando a média calculada até o dia 25) chegou a R$ 200,03 em Mato Grosso, segundo o Imea. Uma alta de 18% em relação ao preço médio praticado em maio (R$ 169,59). O bezerro também ficou mais caro no período, mas o salto foi menor. Saiu de R$ 247,68/@ em maio para R$ 268,02/@ neste mês, avanço de 8%.

Este salto mais expressivo do boi gordo, tem ajudado a amenizar a diferença entre a “arroba comprada” pelo recriador e a “arroba vendida”, que atingiu o ponto máximo – e histórico – em maio, quando a arroba do bezerro valia 31,53% a mais que a do boi gordo. De lá prá cá, essa distância tem ficado mais curta. Em julho, por exemplo, chegou a 26,98%, conforme acompanhamento do Imea. Hoje, considerando os preços praticados até agora, o ágio no mês de agosto está em 25,37%. Apesar da queda, os números ainda superam a média histórica no estado, que é de 21,06%.

Analista de pecuária do Imea, Marianne Tufani explica que o crescimento do ágio entre março e maio (superando os índices do ano passado), “ocorreu principalmente pela desvalorização da arroba do boi gordo no período, quando foi o estado viveu o ‘auge da pandemia’ e do recuo da demanda”. Enquanto isso, segundo ela, “o mercado de reposição continuou valorizado neste período, impulsionado pela baixa oferta da categoria”. A mudança no cenário, comenta, começou “com a volta do processamento dos frigoríficos e também o avanço da demanda externa, que inclusive registrou recorde de volume em julho. Assim, a arroba do boi gordo voltou a se valorizar e contribuiu para este recuo do ágio a partir de junho”, pontua.

Para os próximos meses, a analista diz que o comportamento do ágio “vai depender dessa conseguinte valorização da arroba do boi gordo pela baixa oferta de animais e, em paralelo, do recuo – ou não – do mercado de reposição”. Marianne aponta ainda que há sinais de que “ainda há uma boa procura por animais jovens, tanto pelos confinadores que vão colocar os animais no cocho no segundo giro, quanto por recriadores que buscam fêmeas para repor o rebanho”. Estas condições, ela explica, “precisam ser acompanhadas para apontar se haverá ou não recuo deste ágio antes de outubro, quando normalmente acontece a queda do ágio no ano”, conclui.

Canal Rural

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