O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração do cargo, segundo informou comunicado da pasta à imprensa na manhã desta sexta-feira, 15. Haverá uma coletiva de imprensa nesta tarde para tratar sobre o assunto.
A decisão do médico vem menos de um mês após ele aceitar o cargo, substituindo Luiz Henrique Mandetta, demitido pelo presidente em 16 de abri
Essa é a segunda troca no Ministério da Saúde em meio à pandemia da covid-19, que já fez quase 14.000 vítimas e 202.000 infectados no Brasil. O general Eduardo Pazuello, hoje número dois da Saúde e já cotado para substituir Teich, assume o cargo interinamente.
Dessa vez, o desentendimento entre presidente e ministro envolveu os protocolos de liberação da prescrição da cloroquina para pacientes nos estágios iniciais do novo coronavírus.
Atualmente, a recomendação é que medicamento seja usado no tratamento de pacientes em casos graves da covid-19. A indicação está prevista em protocolo publicado ainda na gestão de Mandetta
Nesta manhã, Bolsonaro já havia antecipado a apoiadores que o protocolo de uso do medicamento seria mudado pelo Ministério da Saúde, apesar das resistências de Teich por conta da falta de comprovação cientifica de eficácia e os efeitos colaterais.
“O protocolo deve ser mudado hoje porque o Conselho Federal de Medicina diz que pode usar desde o começo então. É direito do paciente”, disse Bolsonaro. “O médico na ponta da linha é escravo do protocolo. Se ele usa algo diferente do que está ali e o paciente tem alguma complicação ele pode ser processado”, acrescentou.
Além da cloroquina, havia, ainda, uma resistência de Teich em relação a defender o fim total do isolamento social, mesmo conflito que derrubou Mandetta. Nesses 28 dias no cargo, Teich não entregou estudos para acabar com a quarentena, algo que desagradou o presidente, segundo seus auxiliares.
Nesta semana, a pasta havia programado a divulgação da Estratégia de Gestão de Risco da Covid-19, em que apresentaria protocolos para o isolamento social nos estados. A apresentação, contudo, foi cancelada por falta de “consenso”. Além de uma resistência dos conselhos dos secretários de saúde estaduais e municipais, o governo também ficou descontente com a proposta.
Fonte: Revista Exame