Daqui a 19 dias, o uso do Paraquat, principal herbicida usado na agricultura brasileira, pode estar proibido. Segundo a regra atual, a partir de 22 de setembro, a aplicação e a venda do produto não serão mais permitidas. Vale lembrar que a prorrogação do prazo entrou na pauta da última reunião da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a votação foi interrompida por um pedido de vista para que os diretores tivessem um tempo maior de análise. De acordo com o regimento da agência, quando um diretor pede vista de um tema, o assunto deve ficar de fora da pauta por duas reuniões ordinárias. Assim, o uso e comercialização do paraquat deve voltar ao debate no próximo dia 15.
Enquanto isso, paira a incerteza entre os agricultores que compraram o herbicida para a safra 2020/21. É o caso do Luiz Bier, que vai plantar 2.100 hectares de soja em Gaúcha do Norte (MT). A indefinição, às vésperas do início do cultivo das lavouras, levou o produtor a optar pelo uso do paraquat no manejo pré-plantio – antes da data proibitiva. Normalmente, ele fazia uso do herbicida na fase final do ciclo da lavoura, para uniformizar a maturação das plantas. “O paraquat sempre foi muito utilizado, na sua maneira mais clássica, na dessecação da soja, onde ele é incontestavelmente o produto com a melhor relação custo-benefício. É um produto que não tem uma substituição fácil dentro da agricultura”, afirma.
Já o agricultor Altemar Krölling, decidiu não comprar paraquat para esta safra. Ele vai plantar 1.750 hectares de soja, em Diamantino, e se diz preocupado com os custos que terá a mais para conseguir substituir o herbicida. “A gente já está procurando um novo manejo. A gente sabe que existe, mas aumentará os custos – no mínimo – o dobro. Então, estamos apreensivos com esse novo produto que vai aumentar os custos, e ainda apostando na volta desta ferramenta [o paraquat] para o nosso dia a dia, para auxiliar no nosso manejo.”
Por Canal Rural