A safra 2021/22 de soja brasileira teve 41,5% a mais registros de ferrugem asiática do que a temporada passada.

Ao todo, o Consórcio Antiferrugem computou 545 casos da doença que é considerada a mais severa da cultura, ante 385 no ciclo 2020/21.

Os estados com ocorrência de ferrugem em 21/22:

  • Mato Grosso (234)
  • Rondônia (108)
  • Goiás (72)
  • Pará (60)
  • Paraná (18)
  • Rio Grande do Sul (15)
  • Mato Grosso do Sul e Bahia (8)
  • Tocantins (6)
  • Piauí (5)
  • São Paulo (4)
  • Maranhão (3)
  • Minas Gerais (2)
  • Santa Catarina e Roraima (1)

Apesar do aumento de casos entre uma safra e outra, a pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy, considera que as estratégias de manejo estão funcionando.

Isso porque a maioria dos casos (231, para ser exato) foram relatados a partir do estágio de enchimento de grãos, algo que vem ocorrendo nas últimas safras, o que mostra que as ações de prevenção da doença, entre elas o vazio sanitário e a adoção de cultivares precoces, estão funcionando.

Por qual razão os mesmos estados têm mais casos?

Historicamente, estados como o Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul lideram entre os que mais registram casos de ferrugem asiática. No entanto, Cláudia destaca que isso não significa que eles tenham algum surto incontrolável da doença.

“Alguns estados apresentam maior número de relatos em função muito da distribuição de municípios e também dos relatos. Às vezes o Paraná tem o maior número de ocorrências pelo maior número de municípios. Então, essa distorção sempre ocorre no site, mas não significa que a gente tenha uma epidemia mais severa em alguns estados”, garante.

Queda no Rio Grande do Sul

A fitopatologista Caroline Wesp Guterres acompanha de perto os registros de ferrugem asiática no Rio Grande do Sul. Segundo ela, nesta safra, o fungo não encontrou condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento por conta da longa estiagem enfrentada, o que explica as 15 ocorrências de ferrugem apenas.

O estado possui um programa para verificar a incidência da doença, o Monitora Ferrugem RS, que é mais uma ferramenta para auxiliar os produtores na tomada de decisão e adoção de medidas de manejo da doença.

Cultivares precoces

O manejo da ferrugem asiática passa, por exemplo, pelo vazio sanitário, a utilização de cultivares precoces, o plantio da soja na época recomendada e a aplicação correta dos fungicidas.

Para o engenheiro agrônomo da Cambaí Sementes, Rossano Dagios, além de fungicidas eficientes, é importante ter a mistura de dois ou três ativos e preconizar o uso de curativos, principalmente.

“Além disso, a utilização de fungicidas multissítios ajuda a evitar resistência do patógeno e ter uma maior efetividade no controle. O segundo fator fundamental são os intervalos de aplicação: temos que considerar 15 dias no máximo”, ressalta.

Segundo ele, em algumas lavouras que já tem uma incidência maior, é preciso trabalhar de 10 a 12 dias. “Devemos ter o cuidado com as condições ambientais no momento de aplicar o fungicida, uma temperatura abaixo dos 30 ºC , com umidade relativa acima dos 55% e velocidade do vento entre 5 a 6 km por hora”, detalha.


Autor: Canal Rural

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