O namorado da engenheira agrônoma Júlia Barbosa de Souza, de 28 anos, morta após perseguição no trânsito, escreveu uma carta de despedida a ela, divulgada nesse domingo (17), no Fantástico. Vítor Giglio é quem conduzia a caminhonete e Júlia era a passageira.
A engenheira foi morta ao ser atingida por um tiro na cabeça dentro de uma caminhonete em Sorriso, no dia 8 deste mês. Ela morava na cidade de Cornélio Procópio, no Paraná, e estava em Mato Grosso a passeio. O suspeito Jackson Furlan, de 29 anos, está preso.
Na carta escrita por Vítor, ele afirma que Júlia foi a Sorriso para comemorar o aniversário de 31 anos dele.
“Júlia Barbosa de Souza, minha namorada e apelidada carinhosamente por mim de ‘Nega Ju’, era uma menina/mulher linda, por dentro e por fora, amorosa, grata, alegre, humilde, dedicada e decidida, respeitava a todos e sempre esticava a mão aos mais carentes”, escreveu.
Vitor conta, na carta, que conheceu a engenheira no Paraná. Neste ano, ele foi transferido a trabalho para a cidade de Sorriso. Ao dar a notícia a Júlia, segundo Vitor, ela chorou muito, imaginando que terminariam o namoro.
“Foi totalmente o contrário. Isso só nos aproximou mais e nos fortaleceu. Combinamos de nos vermos a cada 45, 50 dias no máximo e cumpríamos isso à risca. Desta última vez foi passar o meu aniversário e não voltou mais para ver seus familiares, devido a uma pessoa que, no mínimo, posso chamá-la de desequilibrada, ceifou a vida dela com um tiro sem ter NENHUM MOTIVO”, ressalta.
O namorado foi quem socorreu Júlia e a levou até um hospital, próximo ao local onde ocorreu o crime, por volta das 3 horas, na Avenida Natalino Brescansin. “Data, hora e cenas que jamais esquecerei na vida”, afirma.
Os planos
“Agora o que devo pensar sobre tudo isso? E os planos dela? Nossos planos? Como ficarão?”, questiona o namorado. Segundo ele, Júlia tinha o sonho de ser nutricionista e planejava se mudar para Sorriso.
“Combinávamos que se ela não arrumasse nada no agronegócio, ela moraria comigo e realizaria o sonho de fazer nutrição. Sempre me puxava a orelha quando queria comer algo que não podia, ela sempre foi muito vaidosa e cuidava muito da saúde. Pergunto de novo, e agora?”, Disse Vitor em trecho da carta.
Para Vitor, a morte de Júlia mudou o rumo da vida dele e de toda a família. “Cuide de nós ai de cima. Quando nos encontrarmos, espero vê-la linda, amorosa e feliz como sempre. Perdoe todos nós. Fique em paz ao lado de Deus pai todo poderoso, de seu avô paterno e também do seu pai que você tanto amava e comentava comigo. A amo para sempre Júlia, serás sempre uma bela lembrança, és sinônimo de amor e gratidão. Ass: Vitor, seu eterno namorado”, finaliza Vitor.
Por G1 MT