O uso de fungicidas para combater a ferrugem da soja cai pela metade nas áreas cultivadas em fevereiro em relação às semeadas em dezembro. É o que aponta um estudo feito pela Fundação Rio Verde em parceria com o Instituto Agris. A pesquisa foi encomendada pela Aprosoja-MT e apresentada na quarta-feira, 26, na sede da entidade. O tema divide opiniões e tem gerado muita polêmica. Grande parte da comunidade científica enxerga o plantio em fevereiro como uma ameaça à sojicultura nacional, afirmando que este cultivo poderia ampliar a pressão da ferrugem asiática, principal doença da cultura.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores monitoraram a intensidade da ferrugem asiática em 28 áreas cultivadas em diferentes regiões de Mato Grosso. Destas, 17 foram semeadas em dezembro e as outras 11 em fevereiro. De acordo com o engenheiro agrônomo, pesquisador e professor doutor Erlei Mello Reis, responsável pela pesquisa, a diferença cai de oito aplicações em dezembro, para quatro em fevereiro.

O estudo também apontou a grande presença de soja invasora nas lavouras de algodão como uma ameaça, já que aumentaria o risco da seleção direcional de fungos causadores de doenças, acelerando a perda de eficiência dos fungicidas. Quanto ao manejo da soja cultivada em fevereiro, a recomendação é para o uso de produtos biológicos e com multissítios.

Para a Aprosoja-MT, os resultados comprovam a viabilidade do cultivo em fevereiro. A entidade cobra a autorização para que novas pesquisas ajudem a reforçar essa tese. No fim de janeiro o Ministério Público Estadual recomendou ao Indea que suspendesse o sinal verde para a realização destes estudos, que até então estavam autorizados.

Segundo a Aprosoja-MT, dezoito áreas foram cultivadas em fevereiro deste ano para a produção de sementes e acompanhamento científico. Juntas, somam aproximadamente 750 hectares ao todo. Como o Indea suspendeu a autorização para o plantio, os agricultores foram notificados e as áreas terão que ser destruídas.

Fonte: Canal Rural

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