Entre as preocupações que agravam o cenário mundial da pandemia de covid-19, a falta de uma medicação comprovadamente eficaz continua sendo uma realidade. Apesar de declarações entusiasmadas e promissoras de políticos, como o presidente Jair Bolsonaro e o presidente norte-americano Donald Trump, um estudo publicado no New England Journal of Medicine aponta que a hidroxicloroquina não apresenta melhora de pacientes hospitalizados com o novo coronavírus.
O estudo foi realizado pelo Presbyterian Hospital, em Nova York, e observou pacientes que testaram positivo para a doença e que apresentavam quadros de moderado a grave. A conclusão foi que não houve associações tanto à melhora, quanto à piora dos quadros da doença, nem com o aumento do risco do paciente ter que ser entubado ou morrer.
Logo no início da pandemia, tanto Trump quanto Bolsonaro incentivaram o uso da hidroxicloroquina, o que levou a uma compra desenfreada no Brasil. Questionado, ontem, por apoiadores sobre a demora em endossar o uso da substância por parte do Ministério da Saúde, o chefe do Executivo negou, dizendo que o medicamento já estava “no protocolo”. “Tem estado que não está aceitando, está dificultando, outros não”, completou. Já durante a coletiva, o ministro Nelson Teich falou sobre o medicamento, explicando o motivo de não haver recomendação por parte do Ministério.
“Uma coisa é autorizar o uso, a critério do médico. A gente acompanha o que está sendo publicado no meio científico e quando tiver estudo que comprove o benefício claro, vamos recomendar imediatamente. Fora isso, o ideal é que qualquer droga que pareça promissora seja tratada no âmbito de um estudo clínico para poder colher a informação do uso e do resultado de forma a agregar para o entendimento”, disse Teich.
Segundo o estudo do New England Journal of Medicine, são necessários ensaios clínicos randomizados e controlados de hidroxicloroquina em pacientes com a covid-19. Entre os dias 7 de março e 8 da abril, o hospital recebeu 1.446 pacientes positivos para o novo coronavírus, destes, 70 foram descartados por terem sido intubados, transferidos, de alta médica ou terem morrido nas 24 horas seguintes à entrada na emergência.
Foram utilizados os dados de 1.376 infectados. Deste número, 811 (58.9%) pacientes foram tratados com a hidroxicloroquina por cinco dias, em média; e os demais, 565, não fizeram uso da substância no tratamento da doença. Segundo os dados analisados, não houve uma associação significativa entre o uso da hidroxicloroquina e os pacientes intubados ou mortos. Os dados foram analisados no dia 25 de abril.
Ao todo, 180 pacientes foram intubados e, destes, 66 morreram e outras 166 pessoas faleceram sem serem intubadas. Na data final, 1.025 pessoas receberam alta hospitalar e outras 119 seguiam internadas – destas, apenas 24, sem respiração artificial.
O uso da cloroquina, usada no tratamento da malária, lúpus e artrite, foi regulamentado pela pasta para casos graves em decorrência da covid-19. No entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM), a prescrição por parte do médico é permitida, desde que haja a aprovação entre médico e paciente e que seja esclarecido que não há comprovação de evidências sólidas dos benefícios da droga.
Outras possibilidades
Questionado sobre o estágio dos demais estudos envolvendo tratamento do novo coronavírus, o ministro Teich afirmou que a droga que tem se revelado “mais promissora” é o antiviral Remdesivir. No entanto, reiterou que, assim como a cloroquina, não há evidência científica comprovando a eficácia no tratamento. O ministro falou também sobre o desenvolvimento de uma vacina que proteja contra o novo vírus. “Estamos acompanhando o que está sendo desenvolvido em relação à vacina. No que há de mais avançado o ministério está se organizando para ser incluído no estudo clínico”, disse.
Além da hidroxicloroquina, outros medicamentos e tratamentos têm sido testados e, alguns, mostram um potencial promissor. Entre as possibilidades está o uso do plasma ou o soro convalescente humano pode ser uma opção para o tratamento da covid-19.
Em nota técnica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), destaca que “as transfusões de plasma são geralmente seguras e bem toleradas pela maioria dos pacientes, desde que seguidos os requisitos técnicos e sanitários para produção e uso dos hemocomponentes”, mas que “não existem vacinas, anticorpos monoclonais (mAbs) ou outros medicamentos específicos disponíveis, com eficácia comprovada para o Sars-CoV-2.”
Fonte: Correio Braziliense
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