Alunos contaram com o apoio de uma professora que é doutora em linguística — Foto: Arquivo pessoal

Alunos do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Cuiabá, elaboraram uma pesquisa sobre as línguas e dialetos adotados pelos cuiabanos. O “Mapa das línguas faladas na cidade de Cuiabá”, como foi batizado, é baseado na seguinte pergunta que a professora fazia com frequência em sala de aula: “quantas línguas falamos em Cuiabá?”. Os estudantes não sabiam responder de pronto.

As respostas sempre eram distintas, mas nunca exatas ou precisas.

Então, cinco alunos, sendo três de turismo e dois do curso de técnico em agrimensura, do campus Octayde Jorge da Silva, se uniram para elaborar a pesquisa que pudesse levantar as línguas faladas na capital mato-grossense.

Para a pesquisa, contaram com a ajuda da professora e doutora em linguística, Ema Marta Dunck Cinfra.

Eles não imaginavam que fosse tão difícil fazer esse levantamento.

Alunos compilaram os dados e devem concluir mapa neste mês — Foto: Arquivo pessoal

Os estudantes foram às ruas para ouvir as pessoas, saber como elas falam e identificar o “jeito de falar cuiabano” que elas conhecem. Ocorre que os entrevistados estavam sempre correndo, para ir ao trabalho, para a escola, faculdade, e nem sempre podiam parar para contribuir com a pesquisa.

Apesar das dificuldades, os alunos deram continuidade à pesquisa, que começou em setembro do ano passado.

O mapa está prestes a ser concluído. A previsão é que seja finalizado neste mês.

Além do português, foram identificadas 24 línguas e dialetos. São elas:

  • Espanhol
  • Inglês
  • Francês
  • Wolof
  • Creolê
  • Árabe
  • Japonês
  • Serer
  • Libras
  • Holandês
  • Mandarim
  • Coreano
  • Alemão
  • Pullar
  • Italiano
  • Português de Portugal
  • Latim, Xavante
  • Paresi
  • Bakairi
  • Bororo
  • Iranche (Menqui)
  • Rikbakstsa
  • Esperanto

Os locais onde foram encontradas maior diversidade de línguas foi na Universidade Federal de Mato Grosso e o Instituto Federal de Mato Grosso.

As línguas identificadas na pesquisa, em parte, são resultado da imigração de povos sírios e libaneses na década de 80, italianos, no século 19 e japoneses, na década de 50.

Os imigrantes continuam chegando. Na última década, a maioria é origem haitiana, venezuelana e boliviana. A pesquisa visa catalogar, identificar e mapear as línguas faladas, por isso foram coletados dados de vários pontos da cidade multilíngue e multicultural.

Fazem parte dessa pesquisa os alunos Tereza Neponuceno Magalhães, Douglas Maxwell Botelho Elmino e Wenderson Felipe Soares Magalhães, alunos de bacharelado em turismo, e Evandro S. Bueno Junior e Sheila Aparecida Leite de Moraes, alunos do curso técnico em agrimensura.

Por G1 MT

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