Dois dias depois das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) selou acordo para o segundo turno com os governadores de três estados do Sudeste, a região com o maior número de eleitores no país.

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conquistou adesão do PDT com aval tímido do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) -que teve 3% no pleito deste ano e divulgou sua anuência sem citar o petista diretamente- e do partido Cidadania, além da sinalização de provável apoio de Simone Tebet (MDB).

O PSDB, por sua vez, decidiu não se posicionar a favor de Bolsonaro nem de Lula e liberou os filiados para apoiarem quem quiserem no segundo turno da eleição.

A campanha de Bolsonaro ficou otimista com o resultado das articulações desta terça-feira (4). Bolsonaro garantiu palanque com os gestores dos três maiores colégios eleitorais do país. Em Brasília, ele recebeu os governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

Em São Paulo, deu entrevista e posou ao lado do governador Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno e afirmou que dará “apoio incondicional” à reeleição do presidente na segunda etapa do pleito nacional.

Além disso, Ratinho Jr (PSD), reeleito no Paraná, afirmou que manterá apoio a Bolsonaro e o vencedor na disputa ao Senado no estado, o ex-juiz Sergio Moro, declarou voto no presidente. O governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também avisou a aliados que deve declarar apoio a Bolsonaro.

Moro foi ministro da Justiça de Bolsonaro e deixou a Esplanada acusando o mandatário de tentar interferir na Polícia Federal.

Já Lula telefonou para Simone Tebet (MDB), que acabou em terceiro na corrida pelo Palácio do Planalto com 4,2% dos votos. Um encontro entre os dois é esperado para quarta-feira (5). O provável apoio da senadora ao petista abriu uma disputa interna no MDB entre as alas mais próximas e refratárias ao PT.

Como Tebet já informou aliados que sua decisão é irreversível, emedebistas que são adversários do PT em suas regiões passaram a pressionar para que o apoio ocorra de forma contida e em caráter pessoal -para evitar que o gesto seja lido como uma aliança nacional com os petistas.

Por outro lado, o grupo formado por políticos do MDB no Nordeste e pelo governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, devem apoiar Lula.

O petista minimizou o efeito eleitoral do apoio de Rodrigo Garcia a Bolsonaro e disse contar com adesão de senadores do PSD à sua candidatura.

Lula disse que irá se reunir na próxima quinta-feira (6) com senadores do PSD que irão declarar apoio à sua candidatura, apesar de o presidente da legenda, Gilberto Kassab, apoiar Tarcísio na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

Segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o encontro está sendo articulado pelos senadores da legenda Otto Alencar e Carlos Fávaro.

Ao ser questionada se avalia ser possível um apoio da União Brasil, Gleisi disse que conversou com o presidente da sigla, Luciano Bivar, mas que é uma “situação mais difícil”.

“Eles têm uma situação mais difícil, porque a posição deles em vários estados é uma posição sempre mais à direita, mas temos um bom relacionamento. Pode ser que tenha setores da União Brasil nos apoie”, disse.

Lula também garantiu o apoio do Cidadania, mas não do PSDB, que está na mesma federação.


Autor: Folha de São Paulo

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