Carro autônomo é um sonho muito distante do Brasil mesmo com a chegada do 5G, entre o fim de 2021 e o início de 2022. Foto: Divulgação

Carro autônomo é um sonho muito distante do Brasil mesmo com a chegada do 5G, entre o fim de 2021 e o início de 2022

O Brasil segue como o país menos preparado no mundo para os carros sem motorista. É o que aponta o estudo Índice de Prontidão para Veículos Autônomos 2020, da consultoria KPMG, que este ano avaliou o nível de preparo de 30 países, numa lista que inclui também nações como Rússia, Índia, Chile e México.

O estudo de carros autônomos é focado em quatro pilares: Política e Legislação, Tecnologia e Inovação, Infraestrutura e Aceitação do Consumidor. Em três desses quesitos o Brasil amargou a última posição. Apenas em “Aceitação do Consumidor” o país obteve um resultado pouco melhor: ficou na penúltima posição, na frente da Índia.

Mauricio Endo, sócio-líder de Governo da KPMG no Brasil e na América do Sul, destaca que o Brasil vive atualmente um círculo vicioso que atravanca o desenvolvimento da tecnologia de carros autônomos.

“De todos esses pontos, a falta de políticas públicas é a mais importante. Sem regras para uso desses veículos em vias públicas, as empresas não se sentem estimuladas a investir e assim essa tecnologia vai seguir sendo algo distante da realidade do brasileiro”.

A primeira posição no estudo ficou com Singapura. O país do Sudeste Asiático é considerado a nação mais avançada em termos de legislação para veículos autônomos, com um plano que engloba também incentivos para a compra de carros com emissão zero e um plano de implantação de 26 mil carregadores até 2030.

Falta de regras, incentivos e infraestrutura no Brasil. A ideia é que o sistema semi-autônomo instalado no Nissan Skyline passe a ser usado modelos mais em conta da marca – Foto Divulgação

Atualmente, cerca de mil quilômetros de vias estão liberadas para testes de autônomos e os primeiros ônibus sem motorista começam a operar em Singapura em 2022. Já no Brasil, além da falta de regras, faltam também incentivos para a compra dos poucos veículos elétricos disponíveis.

No cenário atual, Endo destaca que não é possível dizer quando que veremos os primeiros veículos 100% autônomos rodando em larga escala nas ruas e estradas brasileiras. As poucas iniciativas de implanação de veículos sem motorista estão voltadas para o uso em áreas fechadas, dentro de empresas. 

“Faltam condições mínimas. Além do gargalo da infra-estrutura física, esses veículos dependem de uma rede de dados com alta qualidade de conexão. Neste ponto, as redes 5G são muito importantes. Mas elas devem começar a operar por aqui com um atraso de 2 ou 3 anos em relação aos principais mercados”.

Na avaliação do sócio-líder de Governo da KPMG, além da definição de regras para o uso de carros autônomos , um caminho para iniciar a implantação dessa tecnologia no Brasil seria o investimento por parte dos estados e municípios em corredores para uso de ônibus e veículos de carga autônomos.

Fonte: IG CARROS

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