Os produtores de soja de todo o Brasil sentiram no bolso a dificuldade de instalar uma lavoura produtiva nesta safra 2022/23. Os custos estiveram nas alturas, como nunca antes. A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) já havia alertado, no fim de 2021, que a atual temporada seria recorde, mas também a mais cara da história.

No entanto, como o agricultor sempre planta com o olhar lá na frente, a notícia é positiva: o custeio do ciclo 23/24 da oleaginosa tende a ser menor na aquisição dos principais insumos, pelo menos em Mato Grosso, estado líder no cultivo e exportação do grão.

De acordo com levantamento de dezembro – com dados relativos a novembro – do Instuto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), haverá um decréscimo de 4,4% nas aquisições para o início dos trabalhos em campo em 2023. Assim, a estimativa é que sementes e fertilizantes e corretivos tenham redução de 13% e 18,3%, respectivamente.

Com isso, o produtor que desembolsou R$ 832,67 por hectare em sua semente de soja, gastará R$ 723,61 no mesmo mês do ano que vem. Quanto ao adubo, a diferença é de R$ 2.417,29/ha para R$ 1.974,91/ha.

Na pós-produção, outros elementos ajudam a reduzir os custos de produção. São o caso da classificação e beneficiamento da soja, com diminuição de 22%; e a armazenagem, que pode ter decréscimo de 53,8% nos preços.

O que aumenta na produção da soja?

Claro, nem tudo são flores. E o produtor rural sabe bem disso. Na safra 23/24, alguns insumos apresentarão alta, projeta o Imea. Neste rol, entram os defensivos (fungicidas, herbicidas, inseticidas e adjuvantes), com alta de 19,3%, ou seja, de R$ 1.373,00 por hectare para R$ 1.638,96.

Nessa esteira, outros elementos inerentes à produção da soja também vão encarecer, como as operações mecanizadas, incluindo manejo pré-plantio e com máquinas, adubação e colheita. Assim, o aumento dos preços dessas atividades está, para novembro de 2023, indicado em 4% (R$ 179,92 por hectare para R$ 187,31). O arrendamento de terra em Mato Grosso é outro fator que tende a fazer o produtor de soja a abrir mais a carteira, com acréscimo de 17,5%, de R$ 301,41 para R$ 354,33.

De forma geral, os custos operacionais totais ficarão 3,3% mais altos na próxima safra, sem incluir os custos de oportunidade. Colocando esses elementos na equação, o aumento é de 5,4%. 


Autor: Canal Rural

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