Nomeado ministro da Agricultura para o governo Lula, o senador Carlos Fávaro afirmou que o presidente eleito quer manter um bom diálogo com o setor da agropecuária brasileira. Fávaro disse, por exemplo, que o governo irá manter o direito ao porte de arma para produtores rurais e que já existem entidades do setor buscando o petista para discutir o futuro.

O senador deu uma entrevista à CNN na última semana e falou falou sobre o posicionamento nas eleições de grande parte do setor do agro, que foi favorável a Bolsonaro, mas reforçou que o período eleitoral já passou e agora o momento é de discutir os próximos passos.

“Os produtores de bem, que deixaram a eleição de lado, eu já estou vendo um sentimento de racionalidade, busca de diálogo, […] as pessoas têm o direito de apoiar e financiar campanha de seus candidatos, dentro das regras e da lei, mas dentro do espaço democrático, eu respeito muito isso. Tenho certeza do que estou falando, o presidente Lula foi um grande presidente para o agronegócio brasileiro e será ainda melhor a partir de 1º de janeiro, aqueles que compreenderem isso, quiserem dialogar sobre o futuro, eu já estou vendo isso, muitas entidades de classe já estão nos procurando e vamos estar de portas abertas”, disse.

Fávaro também confia que a frente parlamentar da agropecuária no Congresso quer o bem para o setor e vai saber separar o momento de eleição do momento de governabilidade. Afirmou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o presidente eleito estarão abertos para discutir soluções para as dificuldades do agro.

O aceno do próximo governo ao setor também está na garantia de alguns direitos. Fávaro afirmou, por exemplo, que o direito ao porte de arma, em propriedades rurais, será mantido.

“Nós temos que separar duas coisas, o porte de arma com uma duas ou três armas em uma propriedade rural, com algumas munições, para que faça defesa pessoal até que acione a polícia quando estiver chegando um bandido, nós não vamos tirar isso e deixar em estado de vulnerabilidade o produtor. Agora, a questão urbana da venda de armas nós temos que frear porque está passando de todos os limites”.

O futuro ministro ainda desmentiu os boatos que circularam no período eleitoral, de que produtores poderiam perder suas terras.

“A questão da segurança de propriedade o presidente Lula falou muitas vezes, o problema é que na campanha, com fake news as pessoas não queriam nem ouvir, direito à propriedade está garantido, ele já foi presidente da República e tem lei que protege o direito à propriedade, terra produtiva invadida não é passível de reforma agrária, a Justiça tem que determinar a desocupação, a reintegração e o Estado cumprir, assim o será”, esclareceu.

“Agora, o Ministério de Desenvolvimento Agrário é importante, homens e mulheres, pequenos produtores que têm vocação para a terra tem que ter direito de pequena propriedade, as terras públicas ou até privadas que queiram vender serão indenizadas e será feita a reforma agrária. Eu sou oriundo de um município fruto de reforma agrária que deu certo, nós temos que dar o direito e vocação de cada cidadão que quiser produzir alimento, respeitar o direito à propriedade, indenizar se for terra privada e garantir terras públicas com legalidade para pequenos e médios produtores”, disse.


Autor: Jornal A Gazeta

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