A alta do milho tem elevado o custo de produção dos avicultores em Mato Grosso. Proprietários de granjas revela que o custo para alimentar o plantel subiu 130% nos últimos três anos, comprimindo a rentabilidade do negócio.

Hênio Stragriotto investe na produção de ovos em Campo Verde há pouco mais de três décadas. Nos barracões são quase duas milhões de aves, que produzem aproximadamente 1,15 milhão de ovos por dia, e consomem em média duas mil sacas de milho diariamente.

Segundo Stragriotto, o custo para alimentar o plantel existente na sua granja subiu 130% nos últimos três anos.

“O milho que há três anos estava em R$ 30, R$ 35, hoje está R$ 70, R$ 80. E, o ovo que nós estávamos vendendo a R$ 80estamos conseguindo vender a R$ 150, R$ 160. Mas, ainda não fecha a conta devido os custos de produção, embalagem, mão de obra. Então, é uma dificuldade grande. Tem que trabalhar bem enxuto para poder sobreviver”, diz Stragriotto.

Frete também impacta na avicultura

Outro impacto apontado pelos avicultores mato-grossenses no custo de produção é o valor do frete, em especial quando a produção é enviada para outros estados.

“Principalmente ovos que tem de ir em caminhão especial para isso. Tem que ser um furgão. Você manda para outras cidades, muitas vezes Porto Velho, Rio Branco, Mato Grosso do Sul, em toda a região que a gente atua, e não tem retorno. Tem momentos que a gente quase acaba pagando o frete de ida e volta. É uma dificuldade grande também sobre isso. Tudo isso vai se botando na conta”, salienta o avicultor de Campo Verde.

Produtores buscam estratégias para aliviar a situação

De acordo com a Associação Mato-grossense de Avicultura (Amav), o estado é o terceiro maior produtor de ovos no Brasil, com uma produção mensal de 450 mil caixas com 360 ovos cada.

Para amenizar a situação apertada em decorrência aos custos com milho, frete e outros, alguns produtores estão adotando estratégias para garantir a alimentação das aves sem comprometer o bolso.

Abater precocemente as matrizes para no lugar delas alojar aves mais novas, e assim diminuir o consumo da ração. Um outro ponto, nós estamos incorporando à ração o DDG. Com isso diminuímos um pouco mais o custo do milho, para não repassar ao consumidor final”, comenta o diretor-executivo da Amav, Lindomar Rodrigues.

Apesar dos esforços dos produtores, em 2022 houve uma queda no número de aves alojadas no estado. Cerca de 1,2 milhão de aves a menos. Conforme a Amav, nos últimos dois anos três granjas de postura fecharam as portas na região norte de Mato Grosso.


Autor: Canal Rural

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