Em mais de 6 mil aldeias, indígenas brasileiros são atendidos por equipes do Ministério da Saúde

Desde janeiro de 2020, mesmo antes da Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), elaborou documentos técnicos para orientar povos indígenas, gestores e colaboradores sobre medidas de prevenção e de primeiros atendimentos à infecção pelo Coronavírus. Os documentos foram fundamentais para planejar as ações que hoje chegam aos indígenas.

O Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus em Povos Indígenas detalha como as equipes de saúde devem agir conforme cada caso. Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIS) também elaboraram seus respectivos Planos de Contingência Distritais, ou seja, cada um dos 34 DSEIs já têm um plano para as diferentes situações de enfrentamento da COVID-19 respeitando as características de cada povo e suas necessidades específicas. Todo esse planejamento e estudo antecipado resultam em atendimentos rápidos e eficientes executados diretamente nas aldeias.

Uma das primeiras ações executadas pela SESAI foi a capacitação dos indígenas e seus profissionais. Para isso, uma série de vídeos educativos direcionados para a população indígena, agentes indígenas de saúde, agentes indígenas de saneamento e outros trabalhadores da saúde sobre enfrentamento da COVID-19 foram disponibilizados no site do Ministério da Saúde. Os profissionais da Saúde Indígena também puderam participar de cursos on-line ofertados pela pasta voltados à prevenção da COVID-19. Tudo para que todos estivessem prontos para atender aos casos de infecção pelo novo coronavírus em indígenas. Atualmente, a SESAI também produz vídeos institucionais toda semana sobre as ações realizadas na pandemia de COVID-19 e os DSEI produzem materiais educativos na lingua de cada povo.

APOIO AOS PROFISSIONAIS

Além de capacitar os profissionais de saúde indígena, o Ministério da Saúde também se preocupa em protegê-los de forma adequada. Para isso, tem reforçado os estoques de Equipamentos de Proteção Individual nos Distritos tendo enviado mais de 500 mil unidades de máscaras, luvas, aventais, toucas, escudos faciais e também testes rápidos que garantem a testagem de todos os profissionais que vão entrar nas terras indígenas para atender a população.

Em todos os casos, as equipes dos DSEI têm agido dentro do previsto no planejamento e realizado o isolamento de infectados, casos suspeitos e a transferência para a rede pública estadual e municipal dos pacientes que necessitem de suporte especializado em hospitais. Para isso, a SESAI emprega uma grande frota de veículos, embarcações e aeronaves para levar os indígenas em segurança até as cidades mais próximas que ofereçam o atendimento necessário.

Para oferecer atendimento rápido em situações de emergência, a Secretaria autorizou a contratação de 34 equipes de resposta rápida para atuar em cada DSEI. As equipes compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem ficam disponíveis 24 horas para partir para o território indígena que apresentar, eventualmente, um aumento de casos repentino, reforçando assim o trabalho das equipes multidisciplinares de saúde indígena que já se encontram atuando normalemente nas aldeias.

Acompanhar de perto tudo o que está sendo feito e como está sendo feito, corrigindo rumos em curto prazo é fundamental em tempos de pandemia. Os Comitês de Crise Nacional e Distritais foram criados exatamente para isso e também para permitir a participação de todos nesse acompanhamento. Participam dos comitês, gestores, usuários e colaboradores da saúde indígena. 

ESTRATÉGIAS

Ao longo do período da pandemia, o Ministério da Saúde tem desenvolvido estratégias para aprimorar o atendimento e uma das mais recentes é a criação da Unidade de Atenção Primária Indígena (UAPI). As unidades vão fortalecer os serviços de atenção primária à saúde indígena no atendimento da população indígena proporcionandoo acolhimento dos casos suspeitos de Síndrome Gripal (SG) e identificação precoce de casos de COVID-19.

“O desafio de levar atendimento a todos os povos indígenas brasileiros não é fácil, mas acreditamos no planejamento e na eficiência como forma de amenizar as dificuldades. É assim, que conseguimos vencer as distâncias, as complicações logísticas e todos os demais obstáculos para cumprir a missão de prestar aos brasileiros indígenas uma saúde digna”, explica Robson Santos da Silva, Secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.

Robson também explica que a legislação vigente determina que os serviços de Saúde Indígena sejam de atenção básica e prestados aos habitantes de terras indígenas homologadas. “Assim, os indígenas que moram nas cidades são atendidos diretamente na rede pública de saúde como todos os outros cidadãos brasileiros” detalhou o secretário.

De segunda a sábado, o Ministério da Saúde publica o Boletim Epidemiológico com a situação da COVID-19 entre indígenas brasileiros. A edição mais recente indica que 540 indígenas são considerados curados, 1237 foram descartados após testes, 1312 foram confirmados e 51 óbitos.

Fonte: Da Agência Saúde com informações do NUCOM da SESAI

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