A Agropecuária São Sebastião do Araguaia fez uma denúncia no Ministério Público Estadual contra os invasores que acamparam em área de preservação da Fazenda São Sebastião, em Santa Terezinha (1.170 km de Cuiabá).
Segundo a notícia-crime, a reserva, que conta com 31.150 hectares, vem sendo agredida por sucessivas ações predatórias contra a fauna e a flora, especialmente com desmatamentos e queimadas ilegais, com severo efeito de degradação ambiental de difícil e custosa reparação.
Desde a ocupação ilegal em 2008, mais de quatro mil hectares de Reserva Legal com a mata preservada foram desmatados.
O advogado do grupo, Maurozan Silva, detalhou que a propriedade é legalizada e georreferenciada de forma que não há dúvidas que ela pertence ao Grupo. Ele aponta, ainda, que os invasores estão fazendo extração ilegal de madeira na Reserva Legal da fazenda que fica na Amazônia.
“Primeiramente eles agem retirando as madeiras de lei, vendendo e durante o processo eles acabam queimando a propriedade. Jogando capim para poder explorar de forma bastante rápida na engorda de gado. É uma metodologia que eles utilizaram na primeira invasão e agora usam na segunda área recentemente invadida”, aponta.
As fazendas São Sebastião I e II estão localizadas na microrregião do Norte Araguaia e faz divisa com a Fazenda São João, que fica em Santana do Araguaia (PA) e pertence ao mesmo grupo empresarial. Em 2008, as áreas de reserva legal da Fazenda São Sebastião já haviam sido invadidas, o que culminou em pedido de reintegração de posse. O processo judicial tramita há 13 anos na 2ª Vara Cível Especializada em Direito Agrário da Comarca de Cuiabá.
“Desde a ocupação ilegal em 2008, o meio ambiente vem sendo agredido por sucessivas ações predatórias contra a fauna e a flora da Reserva Legal da fazenda, especialmente com desmatamentos e queimadas ilegais, com severo efeito de degradação ambiental de difícil e custosa reparação”, diz trecho da notícia-crime.
O documento aponta, ainda, que os crimes ambientais e de esbulho “está se repedindo com a mesma estratégia criminosa de uma nova área de mata preservada da Fazenda São Sebastião”, onde os ocupantes estão organizados em uma outra associação denominada Associação dos Produtores Rurais de Agricultura Familiar da Gleba Esperança do amanhecer.
O advogado explica, também, que precisou contratar empresa especializada em segurança para cuidar da área e ajudar a coibir a degradação da reserva legal. De acordo com ele, desde a presença da segurança, nenhuma ocorrência contra as equipes que atuam no local foi registrada.
“Para prevenir e conter delitos ambientais nas áreas por meliantes que atuam na região (alguns portando arma de fogo), desde 2017, a Agropecuária passou a fazer uso de vigilância patrimonial armada pela empresa de segurança privada devidamente credenciada na Polícia Federal”, diz.
“Estamos agindo dentro das leis do Brasil, na defesa da propriedade e do meio ambiente que ali deveria ser totalmente preservado”, conclui.
A Itapura Agropecuária ao longo dos anos vem levando para as autoridades de polícia várias notícias e registros de crimes cometidos por invasores de terras, além de esbulho e extração ilegal de madeira, delitos como tentativa de homicídio contra a segurança privada, apreensão de armas de fogo ilegais, dentre outros.
Influência Política
Outro detalhe apontado pela agropecuária é que pessoas que estão coordenando a invasão na áreas em nome da Associação dos Produtores Rurais de Agricultura Familiar da Gleba Esperança do Amanhecer, têm procurado as Prefeituras da região para obter apoio político, com o discurso de que seriam “terras devolutas”. A denúncia aponta que existem fotos e vídeos que demonstram essa prática.
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