A senadora Selma Arruda, que fez desabafo e chorou no Senado

Emocionada, a senadora Selma Arruda (PSL) se defendeu nesta terça (23), em pronunciamento no Senado, ao considerar injusta a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) de cassar o seu mandato por abuso de poder econômico e prática de caixa dois.

Apesar da decisão do TRE, a senadora continua no cargo enquanto aguarda decisão sobre recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ela explicou que as despesas da campanha eleitoral foram bancadas com recurso do próprio primeiro suplente, ou seja, por meio do autofinanciamento, e as dívidas da pré-campanha pagas com cheque nominal, o que, na sua avaliação, afasta a hipótese de caixa dois.

Além disso, de acordo com a senadora, somados todos os gastos do período, o valor não atingiu o teto definido pela legislação eleitoral, o que, segundo a parlamentar, também desmonta a acusação de abuso de poder econômico.

A senadora disse acreditar que a decisão de cassá-la se deu porque, ao atuar como juíza na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou autoridades estaduais antes consideradas intocáveis.

“Eu não consigo encarar o Senado como um mérito que se basta a si mesmo. Eu consigo encarar o Senado como um poder que eu ganhei dos meus eleitores para fazer o que eles querem que eu faça. Mas, para as pessoas que apenas pensam no poder pelo poder, não há o que pare essas pessoas”, afirmou.

Ela afirmou que espera um julgamento isento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Eu estou aqui para dar essa satisfação aos colegas. Eu também estou aqui para fazer um desabafo, para dizer para vocês que eu confio que aqui nós vamos ter um julgamento isento, que aqui nós vamos ter um julgamento menos perseguidor e que aqui eu vou conseguir limpar o meu nome e a minha dignidade, porque isso é a única coisa que eu tenho. E eu não vou permitir que uns e outros digam que eu tenho que usar tornozeleira”, disse.

Carreira de juíza

Durante o discurso, a senadora citou passagens de sua história na magistratura de Mato Grosso.

“Trabalhei na fronteira com a Bolívia, fui ameaçada, tive que contar na época com segurança, que me foi dada pelo Exército brasileiro, porque o Tribunal de Justiça não dava segurança para juízes e dizia que juiz que pedisse segurança era covarde”, disse.

Selma enxuga lágrimas durante pronunciamento

Ela citou as prisões que decretou na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e que “colocou atrás das grades” o ex-governador Silval Barbosa e o ex-deputado José Riva.

“Passei então a ter vários problemas de ordem pessoal. Minha família ficou impedida de uma série de atividades. Eu fiquei restrita por alguns anos a uma vida muito sacrificada para honrar a escolha que eu fiz, a profissão que eu resolvi escolher”, afirmou.

Confira o pronunciamento de Selma:

Por Midia News

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