O senador Jayme Campos (DEM-MT) “prometeu” que dará uma resposta, até a próxima semana, da representação feita pela Rede Sustentabilidade contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O “01”, como é chamado pelo pai, é suspeito de envolvimento no esquema conhecido como “rachadinha” – obrigar servidores comissionados, que só ocupam os cargos em razão de seus “padrinhos políticos”, neste caso o próprio Bolsonaro, a devolver parte dos salários recebidos nos órgãos em que atuam.

Jayme Campos fez a “promessa” durante uma entrevista à CNN nesta sexta-feira (19). O senador foi questionado se Flávio Bolsonaro poderia sofrer alguma sanção pelo Senado por atos cometidos durante seu mandato como deputado estadual. O caso das “rachadinhas”, que envolve o ex-assessor de Bolsonaro, Fabrício Queiroz, teria ocorrido entre os anos de 2007 e 2018 na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), onde o “01” esteve por quatro mandatos.

“Estou aguardando o parecer da advocacia. Imagino que na próxima semana […] Naturalmente o encaminhamento só se dará após recebermos da advocacia geral do Senado o parecer”, garantiu o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.

O senador mato-grossense informou, ainda, que irá “defender os interesses do povo brasileiro no Congresso Nacional”. “Aquilo que for justo, não tenha dúvida alguma, literalmente será cumprido dentro da forma da lei, dando ampla defesa, fazendo com que cumprirmos o Regimento Interno e acima de tudo a nossa Constituição Federal”.

Jayme Campos voltou a ser pressionado para tomar uma atitude em relação ao senador Flávio Bolsonaro após a prisão de Fabrício Queiroz, ocorrida na última quinta-feira (18) num imóvel no município de Atibaia (SP). O parlamentar vinha sofrendo críticas por “engavetar” uma representação anterior, também contra Flávio Bolsonaro, por 4 meses. A denúncia foi realizada pelo PSOL, PT e Rede Sustentabilidade.

As “rachadinhas” – prática ilegal, mas comum nas diversas esferas do Poder, da municipal à federal -, consiste em condicionar a indicação a um emprego comissionado na administração pública, feita por um vereador, prefeito, governador, deputados etc, em troca do repasse mensal de parte do salários destes indicados.

De acordo com investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Fabrício Queiroz – ex-policial militar, homem de confiança de Flávio Bolsonaro, e ligado às milícias do Rio de Janeiro -, teria realizado centenas de transferências de recursos dessas “rachadinhas”, que totalizaram R$ 2 milhões. Mais de 100 boletos bancários do “01” teriam sido pagos em espécie com o dinheiro ilícito.

Fabrício Queiroz foi preso num imóvel que pertence ao advogado Frederick Wassef, que presta serviços à família Bolsonaro.

Autor: Folhamax

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