Renan Calheiros, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que acontece no Senado Federal, em Brasília (DF), requereu que o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, seja convocado a depor por conta as negociações com o representante da Davati, Luiz Paulo Dominguetti, para a compra da vacina Covaxin. O governo de Mato Grosso já afiançou anteriormente que não houve compra dos imunizantes, já que não foi dada sequência nas conversas.

Na sua justificativa, Renan Calheiros cita as investigações sobre o celular de Luiz Paulo Domingueti, voluntariamente entregue por ele CPI, onde foi possível encontrar intensa troca de e-mails e mensagens por aplicativos com  propostas envolvendo a empresa Davati, voltadas à contratação para aquisição da vacina Covaxin.

Ainda conforme os dados contidos no celular, houve claro interesse da empresa Davati, do intermediário Domingueti e de Mauro Carvalho para facilitar a aquisição da vacina Covaxin pelo Governo de Mato Grosso.

“Assim, a relação do convocado com a empresa Davati e seus supostos representantes, em franca negociação para se adquirir vacinas, em tese, por meios nada regulares, além das relações pessoais, ligações comerciais e intimidade demonstrada com outros personagens ouvidos e investigados por este Colegiado, denotam indícios de atos em desconformidade com a ordem jurídica”, diz trecho do requerimento feito pelo senador Renan Calheiros.

Agora, o requerimento será apreciado pelo presidente da CPI, o senador  Omar Aziz (PSD-AM).

Mauro Carvalho disse que ainda não foi notificado ou intimado e preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

Em nota anteriormente, o governo de Mato Grosso confirmou que recebeu proposta de compra de vacina da Davati. Porém, pontuou que não seguiu nenhuma tratativa com a empresa. “Com prazo de entrega de até 10 dias após a assinatura do contrato. Ainda conforme o e-mail, não seria necessário o pagamento antecipado. Em resposta à oferta, o secretário-chefe da Casa Civil solicitou a carta de representação da empresa com a fabricante”.

Após apreensão do celular do empresário Luiz Paulo Dominguetti, foram identificadas 900 caixas de diálogos em aplicativos de mensagem. Algumas indicavam a negociação de uma comissão no valor de U$0,25 por dose com estados como Piauí, Amazonas e Mato Grosso.

Durante as investigações da CPI sobre a compra da vacina indiana Covaxin, surgiram denúncias envolvendo a Davati como intermediária na negociação de um contrato com o Ministério da Saúde de R$ 7 bilhões para aquisição de vacinas da AstraZeneca.

Olhar Direto

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